sábado, 23 de maio de 2009

Cacau, de Jorge Amado




Cacau foi o primeiro livro de Jorge Amado que eu li. É um romance que retrata a vida no hostil mundo dos trabalhadores das plantações de cacau no sul da Bahia. A linguagem é forte, choca. A história é narrada por José Cordeiro, que após a morte de seu pai, tem a herança roubada pelo tio, ficando juntamente com a mãe e a irmã desprotegidos. Em busca de trabalho chega à região de Ilheus, onde recebe o apelido de Sergipano e vai trabalhar como assalariado, alugado, na grande fazenda de cacau Fraternidade, do coronel Manuel Misael de Sousa Teles, conhecido como Mané Fragelo. Divide um casebre de um cômodo com três companheiros de sofrimento: Colodino, carpinteiro, o negro Honório, jagunço, e João Grilo, o trabalhador magricela. As dificuldades se intensificam com a presença dos filhos do fazendeiro. Mária, a filha, adora humilhar os empregados; Osório, o filho, a exemplo dos filhos dos fazendeiros ricos, se diverte, seduzindo e abandonando as tolas moças da roça, que vão parar na chamada “Rua da Lama”. Colodino, após encontrar Osório com sua noiva, Magnólia, na cama, não deixa barato, ataca o filho do patrão com um facão, e foge. Sergipano tem a oportunidade de casar com a filha do coronel, mas recusa-se a viver na dependência do patrão e ser visto pelos trabalhadores como traidor. Vai para o Rio de Janeiro encontrar Colodino e se torna tipógrafo.
Bom livro!
Outras informações:
A 1ª edição foi publicada em agosto de 1934, com tiragem de dois mil exemplares e se esgotou em um mês.
A 51ª edição, 1998, é a mais recente
Cacau foi o primeiro livro de Jorge Amado traduzido para o espanhol, em julho de 1935.
Teve também traduções em alemão, basco, coreano, dinamarquês, francês, grego, holandês, italiano, polonês e russo, além de ter sido publicado em edição portuguesa.
Foi publicado também pelo Jornallivros, publicação da UNESCO distribuído como suplemento nos principais jornais do mundo, em edição bilingue port./esp.

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